Descoberta inédita no Mediterrâneo revela navio mercante com centenas de artefatos preservados, incluindo cerâmicas italianas e peças de artilharia
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 13/06/2025, às 15h30
Arqueólogos ses anunciaram a descoberta do que pode ser um navio mercante do século 16 no fundo do mar Mediterrâneo, ao largo da costa de Ramatuelle, no sul da França. A embarcação naufragada foi localizada a uma profundidade de mais de 2,5 quilômetros, tornando-se o naufrágio mais profundo já identificado em águas territoriais sas.
A embarcação foi detectada em março deste ano durante uma missão de inspeção da Marinha sa, que explorava áreas ainda não mapeadas do fundo marinho. Após o primeiro avistamento por meio de drones submersíveis, um segundo mergulho com um veículo operado remotamente (ROV) forneceu imagens detalhadas de alta qualidade, revelando o impressionante estado de conservação dos artefatos.
Entre os itens encontrados estão cerca de 200 jarros de barro, muitos decorados com o monograma "IHS" — as três primeiras letras do nome de Jesus em grego — e desenhos geométricos, indicando que a cerâmica provavelmente se originou da região costeira da Ligúria, no norte da Itália, no século 16. Além das peças de cerâmica, os arqueólogos identificaram aproximadamente 100 pratos, âncoras de canhão e dois caldeirões.
Segundo o departamento de arqueologia subaquática do Ministério da Cultura francês, a profundidade extrema do naufrágio funcionou como uma cápsula do tempo, protegendo os vestígios da degradação natural e da ação de saqueadores.
Nesses abismos, o tempo parou durante o século 16", afirmaram os especialistas em comunicado oficial.
Nos próximos meses, os pesquisadores planejam criar uma reconstrução digital em 3D da embarcação e coletar amostras do local para aprofundar o conhecimento sobre as rotas comerciais e a construção naval do Mediterrâneo renascentista.
O projeto contará com a colaboração de arqueólogos, ceramistas, especialistas em artilharia, arquitetura naval e conservação de artefatos históricos.
Segundo o 'Independent', o Ministério da Cultura destacou que a descoberta amplia o já vasto acervo de naufrágios históricos da região de Provença-Alpes-Costa Azul, oferecendo uma nova e rara janela para o comércio marítimo e a vida a bordo dos navios do século 16.
