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Em 17 de maio é celebrado o Dia Internacional contra a LGBTFobia. A data surge como referência à decisão da OMS que, em 1990, deixou de considerar a homossexualidade como uma doença
O estigma, o preconceito e a discriminação tornam o Brasil um dos países mais perigosos para a população LGBTQIA+.
Relatório do Grupo Gay da Bahia, que reúne dados públicos de todo o país, mostra que 300 pessoas LGBTQIA+ sofreram morte violenta no Brasil em 2021, 8% a mais do que no ano anterior.
Mas dentro dessa população, existe um grupo que sofre mais intensamente os efeitos do estigma e da discriminação, reforçados pela desigualdade social: são as travestis e mulheres trans.
No mundo, elas têm o risco de infecção pelo HIV 12 vezes maior do que em relação à média verificada entre pessoas com vida sexualmente ativa.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam uma prevalência do HIV superior a 30% entre travestis e mulheres trans, enquanto na população em geral esta prevalência é de 0,4%.
O Brasil é, pelo 13º ano consecutivo, o país onde mais pessoas trans foram assassinadas.
Relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) indica que em 2021 foram registrados 140 assassinatos de pessoas trans no país, a grande maioria (135) tiveram como vítimas travestis e mulheres transexuais e cinco vitimaram homens trans e pessoas transmasculinas.
Mas em São Paulo, um projeto liderado pelo UNAIDS, o Programa Conjunto da ONU para HIV e AIDS, traz arte e fotografia para dar visibilidade a residentes acolhidas pela Casa Florescer, um centro de acolhimento de travestis e mulheres trans.
A história de vida de cada uma dessas mulheres reflete o impacto do estigma e da discriminação, que forçou algumas delas a sair de casa contra a vontade, a recorrer a serviços sexuais para se manter, a não conseguir empregos estáveis, a fazer uso de drogas ou sofrer diversos tipos de violências.
Ao buscar acolhimento na Casa Florescer, estas mulheres iniciam um ciclo de autodescoberta e empoderamento, construindo uma trajetória que as levem a sair das situações de vulnerabilidade em que se encontravam e a fazer frente ao estigma e discriminação.
O projeto do UNAIDS trabalhou com elas a importância do autocuidado e de aderir às diversas possibilidades de prevenção combinada do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
O reconhecimento das mulheres trans que participaram do projeto foi a participação de um ensaio fotográfico liderado pelo fotógrafo norteamericano Sean Black, especializado no registro da população LGBTQIA+.
O ensaio fotográfico está sendo apresentado pela primeira vez no Dia Internacional Contra a LGBTFobia em um evento para convidados em São Paulo, com a participação de várias das travestis e mulheres retratadas. O ensaio pode ser visto no site do UNAIDS.
Sasha Santos, uma das mulheres trans participantes do Projeto FRESH: “Em nossas vidas são tantas coisas ruins que a gente a e minha foto do ensaio me dá a certeza de que sou capaz de muitas coisas. Acho que isso é o essencial para a nossa vida: a gente se amar. O meu sonho, agora, é fazer a minha faculdade, ter minha própria casa e ter meus dois filhos. Esse é o meu sonho.”
Rihanna Borges, mulher trans também retratada e que trabalha ajudando e acompanhando outras mulheres trans no cuidado com a saúde e estimulando a adesão à prevenção combinada do HIV: “Acho incrível o papel que hoje eu faço, de trabalhar com outras manas trazendo a elas a importância do autocuidado e da prevenção combinada. Meu sonho é que um dia este o que eu tive, todas as mulheres trans também possam ter. Que a sociedade possa ver a gente mais livres, mais soltas e que muito mais mulheres trans possam se empoderar, sair dessa invisibilidade e dizer "hoje eu sou alguém".
Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil: "Com este projeto, buscamos ajudar a aumentar a visibilidade da comunidade trans e estimular a adoção de métodos de prevenção combinada do HIV para que elas tenham um controle maior sobre seus corpos e suas vidas e, com isso, a fortaleza para fazer frente ao estigma e discriminação.”
Sean Black, fotógrafo: “Foi incrível perceber, ao longo do projeto, como várias das mulheres que tinham uma opinião muito negativa sobre si mesmas, refletindo o estigma que sofrem da sociedade, foram se descobrindo como as pessoas lindas e únicas que são e entendendo como é fundamental cuidar de si mesmas. As fotografias revelam a essência de cada uma delas e como são pessoas que sonham e querem ser felizes, como todo mundo."
Beto Silva, coordenador da Casa Florescer: “Temos recebido muitas residentes bem jovens e com uma trajetória de vida extremamente difícil. É muito importante ajudá-las a conhecer e aderir a estratégias de prevenção combinada do HIV que lhes ajudem a adotar um estilo de vida baseado no autocuidado. E a arte fotográfica, que foi uma parte importante deste projeto com o UNAIDS, foi uma forma muito eficiente para mobilizá-las e engajá-las.”