Documentário da Netflix recorda os crimes e a história do lunático líder do culto apocalíptico; mas o que aconteceu com os membros da Família Manson?
Nos anos 1960, Charles Manson se tornou um lunático líder de um culto apocalíptico que protagonizou crimes brutais em Los Angeles; como os casos da atriz Sharon Tate e do casal LaBianca. Mansonmorreu em novembro de 2017, aos 83 anos.
A história de sua seita e dos crimes ordenados pelo líder da Família Manson, como seus seguidores eram chamados, é contada no novo documentário da Netflix: 'Caos: Os Crimes de Manson' — que estreou no catálogo da plataforma de streaming nesta última sexta-feira, 7.
Saiba quem eram e o que aconteceu com alguns dos membros da 'Família Manson' que protagonizaram crimes cruéis.
Charles "Tex" Watson tinha apenas 22 anos quando conheceu a Família Manson. Carregador de bagagem, se sentiu atraído pela cena musical e pela infinidade de mulheres jovens que faziam parte do culto.
Watson foi responsável por supervisionar os assassinatos que ocorreram em 9 de agosto de 1969, na casa alugada da atriz Sharon Tate; o que inclui a atriz grávida e seus amigos: o cabeleireiro de celebridades Jay Sebring; o roteirista Wojciech Frykowski e sua namorada, a herdeira do café de Folger, Abigail Folger; assim como Steven Parent, que estava visitando o zelador da casa.
Charles também esteve presente na noite seguinte, com Manson, nos assassinatos do casal Leno e Rosemary LaBianca. Após os crimes, fugiu para o Texas, seu estado natal, mas foi capturado e extraditado para a Califórnia — onde foi condenado por sete acusações de assassinato em primeiro grau e sentenciado à morte.
Vale ressaltar que, no ano seguinte à condenação, a Califórnia aboliu a pena de morte, portanto, os membros da 'Família Manson' tiveram que ser julgados novamente e acabaram sentenciados à prisão perpétua.
Ele se casou com Kristin Joan Svege, em 1979, com quem teve quatro filhos. Eles se divorciaram em 2003. Charles Watson se tornou ministro ordenado enquanto esteve atrás das grades e dirige um ministério prisional com um site online. Em 2021, ele solicitou liberdade condicional, que foi negada, de acordo com a NBC LA, e continua encarcerado na Penitenciária Richard J. Donovan de San Diego.
Susan Atkins, ou Sexy Sadie, como Charles a chamava, conheceu o líder do culto após fugiu de sua infeliz vida familiar e do seu trabalho como dançarina de topless. Ela participou em três dos assassinatos do grupo, incluindo Tate-LaBianca, assim como a morte de Gary Hinman, em julho de 1969 — um associado de Manson que foi morto por uma disputa de dinheiro.
Ela só foi presa por conexão com esse último caso e quando esteve na prisão, disse a seus companheiros de cela que não só participou da morte de Tatecomo também provou seu sangue, aponta o portal Oxygen.
Após ser condenada, Susan se casou duas vezes quando esteve na prisão, tornou-se cristã e entrou com inúmeros pedidos para sua liberdade condicional — que foram todos negados, mesmo após ela ser diagnosticada com câncer no cérebro e ter uma perna amputada. Ela morreu aos 61 anos na unidade feminina da Califórnia Central em Chowchilla, conforme relatado no The New York Times.
Antes de entrar para o culto do lunático Manson, Patrícia Krenwinkel chegou a pensar em se tornar freira. Ela o conheceu enquanto trabalhava como secretária e logo se encantou por sua seita.
Patrícia participou dos dois assassinatos de Tate-LaBianca, tendo perseguido e esfaqueado Abigail Folger no gramado da residência onde ela estava com Sharon. Ela ainda escreveu "MORTE AOS PORCOS" na parede e "HeaLter Skelter" na geladeira com sangue na segunda cena do crime. Após ser presa, teve sua liberdade condicional negada 13 vezes, a última em 2022.
Leslie Van Houten conheceu Charles Manson através do músico e ator Robert "Bobby" Beausoleil, com quem esteve em um relacionamento poliamoroso — que também incluía Catherine Share, que fazia parte da Família Manson.
Ela se ofereceu para acompanhar Charles quando aconteceu os assassinatos do casal LaBianca. Foi Leslie, inclusive, que esfaqueou Rosemary LaBianca mais de uma dúzia de vezes, ferimentos que ela mais tarde alegou terem sido infligidos após sua vítima estar morta.
Com apenas 19 anos na época, sua condenação foi anulada em 1976, recorda o Oxygen, mas ela acabou novamente culpada dois anos depois. Prisioneira modelo, Van Houten conquistou a sua liberdade condicional em julho de 2023.
Sua advogada, Nancy Tetreault, disse na época à Associated Press que Leslie estava em uma moradia provisória, acrescentando: "Ela ainda está tentando se acostumar com a ideia de que isso é real".
Linda Drouin cresceu na Costa Leste dos Estados Unidos e fugiu de casa aos 16 anos. Mais tarde, teve dois filhos e se casou com Robert Kasabian. Ela se juntou à Família Manson em 1969.
Nos crimes de Tate-LaBianca, ela atuou como motorista e vigia. Quando foi chamada para participar de um assassinato, de uma pessoa que conhecia, ela bateu na porta errada de propósito — salvando a vida do homem.
Perturbada por tudo o que aconteceu, ela fugiu da Califórnia e voltou para a casa de sua mãe. Após saber das prisões, se entregou à polícia e concordou em testemunhar contra Manson e o grupo em troca de imunidade de acusação.
Após os julgamentos, ela evitou os holofotes e viveu sua vida forma pacata até sua morte, em janeiro de 2023, aos 73 anos. Segundo o The Guardian, sua certidão de óbito revelou que ela havia mudado seu nome para Chiochios.
