{ "@context": "http://schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "WebPage", "@id": "https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/forest-city-o-bilionario-projeto-da-metropole-futurista-que-virou-cidade-fantasma.phtml" }, "headline": "Forest City: O bilionário projeto da metrópole futurista que virou cidade fantasma", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/forest-city-o-bilionario-projeto-da-metropole-futurista-que-virou-cidade-fantasma.phtml", "image": [ { "@type":"ImageObject", "url":"https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Faventurasnahistoria.com.br%2Fmedia%2Fs%2F2024%2F07%2Fforest-city-letzit.jpg", "width":"1280", "height":"720" } ], "dateCreated": "2024-07-14T09:00:00-03:00", "datePublished": "2024-07-14T09:00:00-03:00", "dateModified": "2024-07-14T09:00:00-03:00", "author": { "@type": "Person", "name": "Fabio Previdelli", "jobTitle": "Repórter", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/autor/fabio-previdelli/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Aventuras na História", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/static/logo/ah.svg", "width":"120", "height":"60" } }, "articleSection": "Mat\u00e9rias", "description": "Em 2016, empreendimento chinês na Malásia investiu US$ 100 bilhões para construção de Forest City\u003B mas hoje sua ocupação é de apenas 1%" }
Em 2016, empreendimento chinês na Malásia investiu US$ 100 bilhões para construção de Forest City; mas hoje sua ocupação é de apenas 1%
"Um paraíso dos sonhos para toda a humanidade". Foi com esse objetivo que Forest City começou a ser construída em meados de 2016. Hoje, porém, a realidade é outra. Forest City ou de uma mega empreendimento de luxo para uma 'luxuosa' cidade fantasma.
+ Kitsault: a cidade 'fantasma' que congelou no tempo
Oito anos depois do início de sua construção, o que se vê é uma praia deserta, centros comerciais fechados, apartamentos sem moradores… Quase nenhum sinal de vida, nem mesmo a luz do dia. Apesar do investimento de cerca de 500 bilhões de reais. Mas o quê aconteceu?
Em 2016, a Country Garden, considerada a maior incorporadora imobiliária da China, começou a construção de Forest City. Àquela altura, contextualiza matéria da BBC, o país vivia o auge de seu mercado imobiliário, com incorporadoras realizando investimentos tanto no país como no exterior — principalmente para a classe média.
É justamente o segundo cenário que abrange Forest City. Apresentando um mega projeto de US$ 100 bilhões (R$ 493 bilhões em cotação da época), a incorporadora visava erguer uma metrópole ecológica em Johor, no extremo sul da Malásia; que contaria com bares, restaurantes, campo de golfe e até mesmo um parque aquático.
A expectativa é que Forest City, que ocupa um terreno recuperado, fosse o lar de mais de um milhão de pessoas. Como já dito, o projeto era destino às pessoas de classe média, afinal, segundo a BBC, um apartamento por lá custaria em torno de 1,14 milhões de dólares — enquanto o preço médio em Johor Bahru, cidade mais próxima, é de cerca de US$ 141.000.
Entretanto, oito anos depois, apenas 15% do projeto foi concluído e estima-se que pouco mais de 1% do empreendimento esteja ocupado. Forest City, ainda, é uma grande dor de cabeça para o Country Garden, que enfrenta uma dívida de quase 200 bilhões de dólares. Ainda assim, a incorporadora está “otimista” com a conclusão do projeto. Mas o que deu errado até aqui?
Como já dito, o projeto Forest City foi concebido para ser "um paraíso dos sonhos para toda a humanidade". Mas com preços tão fora da realidade malaia, sua construção tinha como público alvo os chineses que queriam ter uma segunda casa no exterior — uma espécie de investimento para quem tivesse interesse em ganhar uma renda com aluguel ou usar o empreendimento como uma casa de verão.
Embora construída em ilhas, portanto, um lugar bem privativo, isso se tornou um grande problema para Forest City. Afinal, com o empreendimento incompleto, a grande cidade mais próxima, Johor Bahru, fica muito longe.
A atual atmosfera também contribuiu para o desinteresse de eventuais compradores, visto que é extremamente comum se deparar com a praia deserta, carros abandonados e enferrujando e muitas lojas fechadas.
Um dos grandes responsáveis pelo 'fracasso' de Forest City é a crise do mercado imobiliário chinês, principalmente depois dos limites impostos por Xi Jinping: "As casas são para viver, não para especulação", afirmou, segundo repercutiu a BBC.
Com isso, cada vez mais as incorporadoras ficaram sem dinheiro para seguir com seus projetos. Tanto é que, em outubro do ano ado, a própria Country Garden teve que abandonar projetos inacabados na Austrália.
Outro ponto crucial é a instabilidade política na Malásia. Afinal, em 2018, o então primeiro-ministro, Mahathir Mohamad, restringiu vistos para compradores chineses; uma forma de brecar o que ele classificou como uma "cidade construída para estrangeiros".
Embora o atual governo do país incentive a continuidade de Forest City, a falta de certeza de até quando esse apoio continuará, traz mais dúvidas do que certezas. A pandemia da Covid-19 e o controle sobre quanto os chines podem gastar no exterior também tiveram seus papéis no fracasso da cidade.