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Artefatos escavados em Hama na década de 1930, são reclassificados como os primeiros brinquedos comerciais do Oriente Próximo
Em uma reviravolta fascinante na arqueologia do Oriente Próximo, pesquisadores identificaram chocalhos de bebê com 4.500 anos de idade entre artefatos escavados na cidade de Hama, no oeste da Síria, na década de 1930.
Os objetos, até então classificados como simples cabos de cerâmica, foram reavaliados e reconhecidos como brinquedos infantis da Idade do Bronze, oferecendo uma visão rara e íntima da vida cotidiana de famílias comuns na antiguidade.
O estudo, publicado na revista científica Childhood in the Past, foi liderado pelo arqueólogo Georges Mouamar e contou com a colaboração de instituições como o Museu Nacional da Dinamarca, o CNRS francês e a Universidade de Milão.
A análise detalhada de 19 fragmentos de cerâmica revelou que se tratam de chocalhos ocas, semelhantes a pequenas maracas, projetados especialmente para crianças.
Com alças adaptadas às mãos pequenas, decorações pintadas com cruzes ou faixas e sons suaves produzidos por pedras ou argila em seu interior, os artefatos foram provavelmente fabricados por ceramistas profissionais e vendidos em mercados locais — lado a lado com utensílios como tigelas e xícaras.
Alguns modelos possuíam bases planas para que pudessem ficar de pé, e suas variações indicam uma produção que se estendeu por quase 500 anos, entre 2450 a.C. e 2000 a.C.
"É uma descoberta comovente. Ela mostra que os pais do ado também amavam seus filhos e se preocupavam com o desenvolvimento sensorial deles, como fazemos hoje", disse Mette Marie Hald, coautora do estudo e pesquisadora sênior do Museu Nacional da Dinamarca.
Os brinquedos foram encontrados em camadas residenciais não pertencentes à elite, reforçando a hipótese de que eram comuns entre famílias de classe trabalhadora. Trata-se do maior conjunto de chocalhos infantis já identificado no Oriente Próximo, um achado que ilumina uma dimensão frequentemente negligenciada em escavações arqueológicas: a vida das crianças.
Além do valor afetivo, os chocalhos podem refletir mudanças sociais da época, como o crescimento urbano e a necessidade de produtos de puericultura íveis para famílias em que adultos começavam a trabalhar fora de casa. "É possível que irmãos mais velhos cuidassem dos menores com a ajuda desses brinquedos enquanto os pais estavam ocupados", sugerem os autores.
Segundo o 'Archaeology News', embora chocalhos antigos já tenham sido encontrados em sepulturas da Mesopotâmia, datadas de até 5300 a.C., os exemplares de Hama são únicos por seu volume e contexto doméstico. Eles capturam um momento universal da experiência humana: o esforço de acalmar um bebê — e o desejo de agradar uma criança.
"Talvez um pai tenha parado numa barraca de mercado a caminho de casa e comprado um chocalho como presente", reflete Hald. "É um gesto totalmente reconhecível ainda hoje".