Caso de Joshlin Smith chocou o país e ganhou repercussão internacional; menina continua desaparecida desde fevereiro de 2024
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Publicado em 29/05/2025, às 14h44
Uma mulher sul-africana, Racquel "Kelly" Smith, foi condenada à prisão perpétua nesta semana, junto com seu namorado, Jacquen Appollis, e um amigo do casal, Steveno van Rhyn, por tráfico humano e sequestro de sua filha de apenas seis anos, Joshlin Smith. O caso, ocorrido na cidade de Saldanha Bay, no Cabo Ocidental, comoveu a África do Sul e atraiu atenção mundial desde o desaparecimento da criança em fevereiro de 2024.
Durante o julgamento, o tribunal ouviu testemunhas que relataram que Smith havia vendido a própria filha a um sangoma — curandeiro tradicional — por 20.000 rands (cerca de R$ 5.600). Segundo os depoimentos, a menina foi "desejada" por suas características físicas, como os olhos e a pele. Um pastor revelou ainda que a mãe havia comentado, já em 2023, a intenção de vender sua filha.
Apesar de buscas extensas pela polícia, Joshlin permanece desaparecida. O juiz Nathan Erasmus descreveu Smith como uma pessoa manipuladora e afirmou que não encontrou nada em seu comportamento que justificasse uma pena mais branda. Além da pena de prisão perpétua por tráfico, os três condenados também receberam uma sentença de 10 anos por sequestro, a ser cumprida simultaneamente.
Segundo o 'The Guardian', a mãe de Kelly, Amanda Daniels, avó da criança, leu uma declaração emocionada no tribunal. "Você destruiu esta família. Sinto como se meu coração tivesse sido arrancado do meu corpo", disse ela, referindo-se à filha. Amanda agora cuida dos outros dois filhos de Smith e afirmou que vive com medo constante de que algo semelhante aconteça novamente.
A polícia informou que as buscas por Joshlin foram estendidas para além das fronteiras da África do Sul. Uma recompensa de 1 milhão de rands (R$ 280 mil) foi oferecida pelo retorno seguro da menina. O caso ocorre em meio a um aumento alarmante no número de sequestros no país — mais de 17 mil casos foram registrados apenas nos 12 meses até março de 2024, quase três vezes mais do que o registrado três anos antes.
