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Estudo genômico rastreou mutação genética que confere resistência ao HIV em indivíduo que viveu por volta de 7.000 a.C., perto do Mar Negro; entenda!
Publicado em 13/05/2025, às 11h30
Um novo estudo genômico apontou que uma variante genética que ajuda a proteger as pessoas da infecção pelo vírus do HIV provavelmente se originou muito antes da doença surgir, em pessoas que viveram entre a Idade da Pedra e a Era Viking.
"Acontece que a variante surgiu em um indivíduo que viveu em uma área próxima ao Mar Negro entre 6.700 e 9.000 anos atrás", explica o especialista em bioinformática da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e coautor sênior do estudo, Simon Rasmussem, em comunicado.
Em novo estudo, publicado na revista Cell, Rasmussem e seus colegas detalham a busca pela origem de uma mutação conhecida como CCR5 delta 32. Conforme repercute o Live Science, o CCR5 é uma proteína encontrada principalmente em células imunológicas que muitas — não todas — cepas de HIV utilizam para invadir as células e provocar infecção.
Porém, pessoas que possuem duas cópias da mutação delta 32 nesta proteína a desativa, o que essencialmente "bloqueia" o vírus HIV. Esse conhecimento, inclusive, já foi utilizado para curar algumas pessoas infectadas com HIV.
O que os cientistas descobriram é que essa variante representa de 10% a 16% dos genes CCR5 observados em populações europeias. Porém, tentativas anteriores de rastrear sua origem foram infrutíferas, visto que os genomas antigos costumam ser mais fragmentados.
Para o novo estudo, os pesquisadores identificaram a mutação em 2.504 genomas de humanos modernos coletados para o Projeto 1000 Genomas, um esforço internacional para catalogar a variação genética humana. Após isso, eles criaram um modelo para pesquisar 934 genomas antigos de várias regiões da Eurásia, datados desde o período Mesolítico até a Era Viking — ou seja, desde 8.000 a.C. até 1.000 d.C..
Ao analisar esse grande conjunto de dados, podemos determinar onde e quando a mutação surgiu", afirma Kirstine Ravn, pesquisadora da Universidade de Copenhague e coautora do estudo, em comunicado.
Com o trabalho de investigação genética, os pesquisadores descobriram que o primeiro indivíduo que carregou essa mutação viveu perto do Mar Negro, em torno de 7.000 a.C., quando os primeiros agricultores chegaram à Europa pela Ásia Ocidental.
Além disso, também foi descoberto no estudo que a prevalência da mutação aumentou exponencialmente entre 8.000 e 2.000 anos atrás, o que sugere que ela foi, de alguma maneira, útil aos humanos que se deslocavam para fora das estepes eurasianas.
Porém, não é possível afirmar que essa utilidade seria relacionada ao HIV, visto que o vírus existe há menos de um século. Essas descobertas, dessa forma, contradizem suposições anteriores de que a mutação surgiu mais recentemente.
De acordo com o Live Science, a proteína CCR5 ajuda a controlar como as células imunológicas respondem a sinais chamados quimiocinas, provavelmente ajudando a direcionar as células aos locais de inflamação do corpo. E os indivíduos que carregavam essa variante acabaram tendo uma vantagem, no ado.
"Pessoas com essa mutação tiveram melhor sobrevivência, provavelmente porque ela enfraqueceu o sistema imunológico durante um período em que os humanos estavam expostos a novos patógenos", explica no comunicado o coautor do estudo, Leonardo Cobuccio.
Embora isso pareça uma característica negativa, na verdade, um sistema imunológico extremamente agressivo pode ser mortal ao indivíduo, visto que, ao enfrentar novos germes, é necessária uma resposta imunológica suficiente para subjugar a ameaça, sem prejudicar o próprio corpo.
"À medida que os humanos aram de coletores famintos para sociedades agrícolas que viviam em conjunto", complementa Cobuccio, "a pressão das doenças infecciosas aumentou, e um sistema imunológico mais equilibrado pode ter sido vantajoso". Porém, o pesquisador ainda acrescenta que o estudo é apenas uma hipótese, sem que seja conhecida com certeza as pressões exatas que provocaram o aumento da variação.