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Imagens inéditas revelam fonte dos abalos sísmicos sentidos em todo o planeta em 2023; quando vibrações regulares ocorreram a cada 90 segundos por nove dias consecutivos
Em 2023, cientistas ao redor do mundo ficaram intrigados com um estranho fenômeno sísmico: vibrações regulares, ocorrendo a cada 90 segundos, reverberaram por nove dias consecutivos ao redor do planeta. Sem epicentro claro ou explicação óbvia, o fenômeno levantou especulações e perplexidade.
Agora, dois anos depois, uma pesquisa publicada na revista Nature Communications finalmente revelou a chocante origem do "sinal fantasma": tsunamis colossais, desencadeados por um gigantesco deslizamento de terra em um fiorde remoto da Groenlândia.
O evento aconteceu no Fiorde Dickson, no leste da Groenlândia, onde aproximadamente 25 milhões de metros cúbicos de rocha e gelo despencaram repentinamente de uma encosta montanhosa — uma queda comparável a mil campos de futebol cobertos de entulho. O gatilho? O aquecimento da geleira local, em mais uma consequência do avanço das mudanças climáticas no Ártico.
A avalanche de massa provocou uma série de tsunamis devastadores. Uma das ondas atingiu impressionantes 198 metros de altura. Essas ondas, presas dentro do fiorde como numa banheira gigante, formaram seiches: ondas estacionárias que oscilam para frente e para trás, gerando uma vibração contínua que atravessou o globo.
"É como uma parede de água monstruosa pulando de um lado para o outro repetidamente", explicou Thomas Monahan, autor principal do estudo e pesquisador de pós-graduação da Universidade de Oxford, em entrevista ao Daily Mail. Segundo ele, a força gerada dentro do fiorde chegou a 500 Giga Newtons.
Na época, nenhum tsunami foi registrado oficialmente. Nem mesmo um navio militar dinamarquês que entrou na região três dias após o evento observou anomalias visíveis. Mas a explicação para esse mistério veio graças a uma nova geração de tecnologia espacial.
Utilizando o satélite SWOT (Surface Water and Ocean Topography), os cientistas conseguiram reconstruir o evento com detalhes impressionantes. Diferente dos satélites convencionais que usam altimetria por pulsos de radar (eficaz apenas em mar aberto), o SWOT é equipado com o sofisticado Interferômetro de Radar de Banda Ka (KaRIn). Essa tecnologia permite medir com precisão o nível da água mesmo em espaços confinados como fiordes, usando duas antenas que captam sinais com resolução sem precedentes.
Segundo o 'New York Post', a equipe de Oxford cruzou os dados de satélite com registros sísmicos globais, padrões meteorológicos e marés locais. Ao detectar o deslocamento sincronizado das margens opostas do fiorde, eles conseguiram mapear a oscilação da água — confirmando que os seiches haviam sido reais e intensos.
Para o professor Thomas Adcock, coautor do estudo e também da Universidade de Oxford, a descoberta marca um divisor de águas. "Este é um exemplo poderoso de como a próxima geração de satélites pode resolver enigmas que antes pareciam insolúveis", afirmou.
Agora, temos ferramentas para observar tsunamis ocultos, tempestades oceânicas e ondas gigantes como nunca antes".
Apesar do alívio por o evento ter ocorrido em uma área desabitada, os cientistas alertam que o fenômeno expõe a vulnerabilidade de regiões montanhosas próximas a geleiras instáveis. O aumento das temperaturas nos polos pode intensificar esses riscos, transformando montanhas congeladas em bombas-relógio naturais.
"A tecnologia é nossa aliada, mas os dados que ela revela também servem como alerta", disse Monahan. "Estamos apenas começando a entender o verdadeiro impacto das mudanças climáticas em ambientes extremos".