Patricia Krenwinkel, de 77 anos, pode finalmente deixar a prisão após mais de meio século encarcerada por sete assassinatos brutais cometidos em 1969
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 04/06/2025, às 17h40
Patricia Krenwinkel, de 77 anos, pode finalmente deixar a prisão após mais de meio século encarcerada. Na última sexta-feira, 30, a ex-integrante da seita de Charles Manson teve a liberdade condicional recomendada por um conselho estadual da Califórnia, marcando uma virada inédita em sua trajetória após 16 tentativas negadas desde sua condenação por sete assassinatos brutais cometidos em 1969.
Krenwinkel participou das duas noites de homicídios que chocaram os Estados Unidos: os assassinatos da atriz Sharon Tate e seus convidados, e do casal Leno e Rosemary LaBianca, em Los Angeles. Ela tinha apenas 21 anos na época e é, hoje, a mulher há mais tempo presa na Califórnia.
Durante a audiência de quatro horas, os comissários do conselho de liberdade condicional reconheceram o que descreveram como “crescimento extraordinário” ao longo das décadas e concluíram que a detenta não representa mais uma ameaça à sociedade.
A decisão, no entanto, ainda precisa ar por etapas formais: uma análise jurídica de 120 dias e, por fim, a possível aprovação do governador Gavin Newsom, que já vetou sua liberação em 2022.
Apesar do parecer favorável, a libertação de Krenwinkel está longe de ser garantida. Casos envolvendo crimes notórios frequentemente se tornam alvo de pressões políticas, e a Califórnia é um dos dois estados em que o governador pode anular decisões de liberdade condicional.
Newsom já barrou anteriormente a soltura de outros condenados famosos, como Sirhan Sirhan — responsável pela morte de Robert F. Kennedy — e Leslie Van Houten, também ex-membro do grupo de Manson, libertada apenas após decisão judicial.
Krenwinkel, ao longo dos anos, ou por nove avaliações psiquiátricas que indicaram baixo risco de reincidência, além de manter um histórico disciplinar impecável. Para seus advogados, isso deveria pesar mais que o clamor público.
"A lei exige que alguém que se reabilitou e não representa risco seja libertado, mesmo em crimes graves”, afirmou em comunicado Keith Wattley, diretor da organização UnCommon Law, que representa Krenwinkel.
