Durante o julgamento, promotor afirma que crime foi motivado por "ódio" e "descontrole" e classifica o réu como pior que um animal
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 30/05/2025, às 13h45
Em sessão de júri realizada nesta semana, o promotor de Justiça Thiago Marin fez duras críticas a Paulo Cupertino Matias, acusado de ass o ator Rafael Miguel e seus pais em 2019, na zona sul de São Paulo. Segundo o representante do Ministério Público, o crime foi premeditado e motivado por um sentimento de ódio que Cupertino nutria contra a família do ator.
O promotor destacou que o acusado agiu com "descontrole" e "caráter repugnante".Marin se baseou, entre outros elementos, no depoimento do irmão do réu, que relatou que Cupertino ficou furioso ao saber que Rafael pretendia levar sua filha, Isabela, para um teste na televisão. "Ele estava no veneno", teria dito o irmão — frase que o promotor usou para reforçar a tese de premeditação.
Durante a sustentação oral, Thiago também mencionou o período em que Paulo ficou foragido — cerca de três anos — e o uso de disfarces pelo acusado. "Ele mudou de tudo, menos de caráter", afirmou o promotor, em tom incisivo. Ele ainda ironizou uma fala do réu, que alegou ter sido tratado "como uma fera" durante as buscas.
Ele é muito pior que um animal, porque um animal só ataca quando acuado ou com fome", rebateu Marin.
A expectativa do promotor é que o júri leve à condenação de Cupertino, que atualmente está preso preventivamente em um Centro de Detenção Provisória desde 2022. "Hoje vamos colocar esse assassino na cadeia", concluiu.
Segundo a CNN, durante toda a fala do promotor, Paulo permaneceu em silêncio no plenário, sem demonstrar qualquer reação.
O crime ocorreu em 9 de junho de 2019, quando Paulo Cupertino Matias foi até a casa da família de Rafael Miguel e atirou contra o jovem ator e seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, matando os três no local.Rafael, conhecido por seus papéis em comerciais e na novela 'Chiquititas', tinha 22 anos e namorava Isabela Tibcherani, filha de Cupertino, que não aceitava o relacionamento.
Segundo a investigação, o réu agiu movido por ciúmes e intolerância, acreditando que a família do ator incentivava o namoro. Após o crime, Paulo fugiu e permaneceu foragido por cerca de três anos, sendo capturado apenas em 2022.
