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Ao longo da vida, o fotojornalista conviveu com uma dor crônica na coluna, consequência de um grave acidente em 1974; relembre!
Morreu nesta sexta-feira, 23, aos 81 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado, um dos nomes mais emblemáticos do fotojornalismo mundial. Nascido em 1944, na pequena Conceição do Capim, em Minas Gerais, Salgado reinventou a fotografia documental com seu olhar sensível e comprometido com as causas sociais.
Ao longo da vida, o fotojornalista conviveu com uma dor crônica na coluna, consequência de um grave acidente em 1974, quando seu carro foi atingido por uma mina terrestre durante a cobertura da guerra de independência de Moçambique. Décadas depois, ainda enfrentaria um distúrbio sanguíneo, herança de um episódio de malária mal tratada contraída na Indonésia.
Seu trabalho deu visibilidade a comunidades marginalizadas, trabalhadores rurais, povos originários e refugiados ao redor do mundo — sempre com um estilo marcante que aliava rigor estético, lirismo e denúncia social. Dominava a luz natural com maestria e compunha imagens que são, ao mesmo tempo, obras de arte e testemunhos históricos.
Formado em economia, com mestrado pela USP e pela Sorbonne, Salgado iniciou sua trajetória fotográfica por acaso, ao levar uma máquina fotográfica Leica em viagens de trabalho pela África. Três anos depois, deixou o cargo de secretário da Organização Internacional do Café para se dedicar exclusivamente à fotografia.
Radicado em Paris, trabalhou nas agências Sygma e Gamma antes de ingressar na prestigiada Magnum, em 1979. Em 1981, durante a cobertura dos primeiros 100 dias do governo de Ronald Reagan, registrou o atentado contra o presidente americano em Washington. As imagens circularam o mundo e financiaram sua primeira grande expedição autoral pelo continente africano.
Seu livro de estreia, "Outras Américas" (1986), marcou o reencontro com suas raízes latino-americanas. Produzido entre 1977 e 1983, o projeto documenta o cotidiano de camponeses e indígenas no Brasil e em países como Bolívia, Peru, Equador, Chile, Guatemala e México.
Meu único desejo era voltar à minha terra bem-amada, para meu Brasil do qual um exílio um pouco forçado me obrigou a me afastar”, declarou à época.
Em 1994, Salgado e sua esposa, Lélia Wanick Salgado, voltaram a viver em Paris. Juntos, fundaram a agência Amazonas Images, dedicada a representar sua obra e garantir total autonomia criativa. A iniciativa funcionava também como um espaço de curadoria e planejamento dos ambiciosos projetos que viriam a seguir.
Entre eles estão Trabalhadores, Êxodos, Gênesis e Amazônia, marcos da fotografia contemporânea. Publicado em 2000, Êxodos resultou de seis anos de documentação sobre fluxos migratórios forçados por conflitos, fome, perseguições e desastres. Aclamado internacionalmente, o trabalho fomentou debates sobre os impactos da globalização nos direitos humanos.
Em Gênesis, Salgado voltou-se à natureza: durante oito anos, percorreu mais de 30 regiões remotas para registrar paisagens intocadas, espécies ameaçadas e comunidades que vivem em harmonia com o meio ambiente. “A natureza falava com a minha câmera”, disse ele, ao lançar o projeto.
A trajetória de Sebastião Salgado é um testemunho de resistência, arte e empatia. Sua lente não apenas documentou o mundo — ela o revelou em sua beleza e contradição mais profundas.