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Comunicada em 2022, a descoberta de um esqueleto sem parte da perna esquerda sugere que a medicina teria sido estabelecida há muito mais tempo do que se pensava
Publicado em 15/06/2024, às 10h00 - Atualizado em 18/06/2024, às 07h05
Durante muito tempo acreditou-se que a medicina teria sido estabelecida há cerca de dez mil anos pelos seres humanos. Entretanto, a descoberta de um esqueleto sem parte da perna esquerda, indicou que avanços na área teriam ocorrido muito antes do que se pensava. O achado foi divulgado na revista Nature, e repercutido na imprensa em setembro de 2022.
O túmulo com os restos mortais foi encontrado por uma equipe de arqueólogos liderada por Tim Maloney, professor da Universidade Griffith, na Austrália, enquanto o grupo explorava uma caverna em Bornéu, na Indonésia.
Os restos mortais, datados de 31 mil anos atrás, pertenciam a um jovem que, de acordo com os cientistas, teve parte do membro inferior esquerdo amputado ainda na infância.
A visão predominante sobre a evolução da medicina é que o surgimento de sociedades agrícolas estabelecidas há cerca de 10 mil anos (a Revolução Neolítica) deu origem a uma série de problemas de saúde até então desconhecidos entre as populações forrageiras não sedentárias, o que estimulou as primeiras grandes inovações nas práticas médicas pré-históricas”, explicou o artigo.
As pesquisas tiveram início no ano de 2018, quando os arqueólogos encontraram artes rupestres em Kalimantan Oriental.
Já no início de 2020, durante escavações na caverna de Liang Tebo, a equipe se deparou com um enterro humano completo, decorado com pigmentos ocre e vermelho.
Após uma análise detalhada, concluíram que os ossos do pé e parte da perna foram cuidadosamente removidos. "O osso restante da perna mostrou um corte inclinado e limpo que cicatrizou", explicou Maloney à Associated Press em 2022.
A ausência de sinais de infecção ou fraturas esmagadoras indica que a cirurgia foi bem-sucedida, permitindo que o indivíduo vivesse até a idade adulta, morrendo de causas desconhecidas cerca de seis a nove anos após a amputação.
Ainda não está claro qual tipo de ferramenta foi usado para amputar o membro ou como a infecção foi evitada. No entanto, especula-se que uma ferramenta de pedra afiada possa ter sido usada para o corte.
Além disso, é provável que as vastas plantas com propriedades medicinais encontradas nas florestas tenham sido utilizadas como anestésicos e remédios antimicrobianos para prevenir infecções.
Antes dessa descoberta, o primeiro exemplo conhecido de amputação datava de 7 mil anos atrás e envolvia um agricultor francês que teve parte de seu antebraço removido.
Além disso, técnicas de datação como radiocarbono aplicadas ao esqueleto da caverna de Liang Tebo confirmaram que o enterro ocorreu há 31 mil anos, tornando-o o túmulo mais antigo conhecido no Sudeste Asiático.
"Esta descoberta é anterior à mais antiga evidência conhecida de cirurgia de amputação em impressionantes 24 mil anos. Isso sugere que o conhecimento médico humano e os procedimentos cirúrgicos eram muito mais avançados no ado distante de nossa espécie do que se pensava anteriormente", concluem os especialistas no artigo.
+Confira aqui o estudo completo.