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Matérias / Segunda Guerra

Pracinhas: 5 curiosidades sobre a participação brasileira na Segunda Guerra

Da 'dor de cabeça' aos Aliados até a origem de 'a cobra vai fumar'; confira 5 curiosidades sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
[email protected]

Publicado em 25/05/2025, às 12h00 - Atualizado em 27/05/2025, às 18h45

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Pracinhas brasileiros - 1SgtNahon-AHEx/Exército Brasileiro
Pracinhas brasileiros - 1SgtNahon-AHEx/Exército Brasileiro

Já na reta final da Segunda Guerra Mundial, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) enviou mais de 25 mil combatentes para apoiar os Aliados. Os primeiros pracinhas, como eram chamados, começaram a desembarcar no porto italiano de Nápoles na manhã do dia 16 de junho de 1944.

A principal contribuição dos pracinhas foi a conquista do maciço Belvedere-Monte Castello, fundamental para que, durante a Ofensiva de Primavera, realizada abril de 1945, quando os Aliados finalmente pudessem romper a linha defensiva alemã na Itália.

Confira 5 curiosidades sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial!

1. Pracinhas: A origem do nome

A FEB foi criada em 13 de novembro de 1943, no entanto o termo "praça" possui uma origem anterior à data. Em '1942: O Brasil e sua Guerra Quase Desconhecida', João Barone explica que o apelido vem de 'sentar praça', expressão relacionada ao ato de se alistar nas Forças Armadas. A denominação acabou utilizada para identificar os soldados rasos — queles de patente mais baixa.

Pracinhas
Correspondência escrita pelo 1º tenente médico Cyro Chesneau, do Batalhão de Saúde - Biblioteca Nacional

Até início dos anos 1940, vale ressaltar, a palavra 'pracinha' era usada de forma única e exclusivamente para descrever pequenos espaços públicos de lazer.

Os jornais só aram a utilizá-lo entre o final de dezembro de 1944 e o início de 1945 — sempre a citando entre aspas.

Antes disso, porém, o termo já era usado pelos militares, como mostra a edição de 21 de outubro de 1944 do 'Diário da Noite', que reproduziu a carta do 1º tenente médico Cyro Chesneau, do Batalhão de Saúde, à sua esposa.

"A guerra vai de vento em pôpa, nossos pracinhas estão possuídos de um espírito combativo inigualável. Lamento não poder te contar o que temos feito".


2. 'Dor de cabeça' para os Aliados

Quando os pracinhas desembarcaram na Europa, as forças combativas brasileiras eram consideradas pouco confiáveis. Tratados pelo esteriótipo de "Jeca Tatu", como eles seriam capazes de derrotar as poderosas tropas arianas de Adolf Hitler?

Em entrevista ao Aventuras, em novembro de 2024, o escritor Durval Lourenço Pereira, tenente-coronel R1 do Exército Brasileiro e autor de 'Guerreiros da Província: A Jornada Épica da Força Expedicionária Brasileira' (Insight Books), falou sobre como os brasileiros eram vistos pelos estrangeiros.

No campo militar, os Aliados não desejavam envolver as Forças Armadas nacionais em combates terrestres. O Brasil era um país subdesenvolvido, sem tradição militar recente ou indústria de material bélico, e com doutrina militar defasada (sa)", relatou.
Fotografia de soldados da FEB / Crédito: Domínio Público

Como resultado, as tropas estrangeiras teriam de treinar, equipar e armar o Exército Brasileiro em plena guerra mundial. "Por isso, o general Marshall, chefe do Estado-Maior dos EUA, avaliou o projeto da expedição febiana como uma 'dor de cabeça adicional'. Já a diplomacia britânica considerou-o uma 'hipótese absurda'".


3. Modernização do exército

A participação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra foi importante para ajudar na modernização de nossas forças armadas — tanto em termos de material bélico, quanto em termos de doutrinas, pensamento tático, estratégico, entre outros ganhos de caráter mais intelectual do que material, conforme explicou o historiador Icles Rodrigues em entrevista ao Aventuras em 2021.

[Anteriormente] a doutrina seguida pelo Exército Brasileiro era inspirada na doutrina sa da Primeira Guerra Mundial, bastante obsoleta para a segunda, uma vez que era adaptada para uma guerra mais estática, de trincheiras; enquanto a Segunda Guerra Mundial foi uma guerra de movimento (vide a própria Blitzkrieg, que foi considerada uma inovação para a época)”.
Soldados da Força Expedicionária Brasileira em Monte Castello / Crédito: Domínio Público

Icles também destaca a importância, para os brasileiros, da tomada de Monte Castello — uma batalha sangrenta que virou questão de honra para os pracinhas. "Para os brasileiros, foi muito difícil, e marcou um ponto de virada entre um certo amadorismo prévio e a transformação da FEB em uma força de combatentes experientes".


4. A cobra vai fumar

A expressão "a cobra vai fumar" a a ideia de que algo sério, grave ou definitivo está prestes a acontecer; pode ser usado também para apontar que a coisa vai ficar feia ou alguém vai botar para quebrar.

A frase foi adotada pela FEB como slogan quando os pracinhas foram enviados à Europa. Servindo como uma resposta à descrente opinião pública da época, que dizia que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra.

Representação do slogan dos pracinhas - Wikimedia Commons

Afinal, em 1942, o então presidente Getúlio Vargas havia anunciado que o Brasil não se limitaria ao fornecimento de materiais nem à expedição de contingentes simbólicos aos Aliados, como também enviaria tropas para combater no conflito — o que só se concretizou cerca de dois anos depois.


5. Recebidos como heróis

Após onze meses de campanha, os pracinhas foram recebidos no Rio de Janeiro (então capital federal) e em outras cidades brasileiras com uma grande festa.

O Desfile da Vitória ocorreu em 18 de julho de 1945, no Centro do Rio, quando o 1º escalão da Divisão de Infantaria Expedicionária, comandado pelo general Zenóbio da Costa, desembarcou na capital carioca, recorda artigo do Arquivo Nacional.

Pracinhas sendo recebidos no Desfile da Vitória - 1SgtNahon-AHEx/Exército Brasileiro

"Os pracinhas foram recebidos no Brasil com uma festa jamais vista na história do Rio de Janeiro. A imprensa da época calculou que, de cada três cariocas, um estava presente na Avenida Rio Branco durante o Desfile da Vitória", aponta Durval.