'Não havia como escapar disso. Todo mundo estava chapado', afirmou Diller, ex-CEO da Paramount Pictures, em entrevista nos EUA
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 24/05/2025, às 10h30
O que parecia ser apenas um inofensivo filme infantil dos anos 1980 escondia um bastidor bem mais agitado — e ilícito. Segundo o magnata do entretenimento Barry Diller, o set de Popeye, estrelado por Robin Williams e Shelley Duvall, estava literalmente atolado em cocaína.
“Não havia como escapar disso”, afirmou Diller, ex-CEO da Paramount Pictures, durante entrevista a Anderson Cooper no evento 92Y, em Nova York. Ele contou que latas de filme eram enviadas diariamente de Malta — onde o longa foi rodado — para Los Angeles, a fim de revelar o material. No entanto, descobriu-se que algumas dessas latas estavam sendo usadas para transportar drogas.
Todo mundo estava chapado”, disse ele. Diller até brincou com o ritmo frenético do longa: “Se a velocidade padrão de um disco de vinil é 33 rpm, esse filme foi feito a 78 rpm”.
O orquestrador do filme, Van Dyke Parks, já havia mencionado ao jornal The Telegraph que a produção era marcada pelo uso disseminado de drogas. Ele relembrou, por exemplo, que o produtor Robert Evans quase foi pego quando perdeu sua bagagem cheia de cocaína em um aeroporto durante as filmagens.
“Bob 'Cocaine' Evans é como serei conhecido até o túmulo”, chegou a dizer Evans anos depois, em uma entrevista de 1994. Na época, ele enfrentava problemas legais — incluindo uma prisão por tráfico de cocaína não relacionado diretamente ao filme.
Parks também relatou um episódio curioso: “Fui o herói do regimento por abrir um walkie-talkie para trocar a bateria e encontrar um saco de cocaína. Não lembro de quanto era, nem para quem dei. Mas soube na hora que aquilo afetaria o comportamento da equipe e traria dificuldades para toda a produção”.
Robin Williams, protagonista da adaptação dirigida por Robert Altman, também já falou publicamente sobre seu vício em cocaína nessa fase da carreira. Mais tarde, ele conseguiu se recuperar e se manter sóbrio.
Diller, que está promovendo sua biografia Who Knew, ainda compartilhou outro momento inusitado: o leve ciúme entre sua então empregada e Diane von Furstenberg — hoje sua esposa — quando a estilista o visitou pela primeira vez em sua casa, em Los Angeles.
