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Geyson Luiz dá vida a Zé do Bispo, inspirado em figura real do bando de Lampião, e fala sobre a importância de romper estereótipos nordestinos
Na série 'Maria e o Cangaço', do Disney+, o ator Geyson Luiz não apenas interpreta um personagem histórico — ele encarna um Brasil que ainda sangra em silêncio. Como o temido Zé do Bispo, inspirado no cangaceiro Zé Baiano (1900 - 1936), Geyson mergulhou em livros, histórias reais e, sobretudo, em feridas abertas da sociedade brasileira, para dar corpo e voz a um dos rostos mais brutais do bando de Lampião e Maria Bonita.
"Adotei a dialética como base, até o último dia de gravação. Busquei impregnar o personagem de inquietações que problematizassem sua própria existência", conta ele em entrevista ao Notícias da TV.
Natural de Limoeiro (PE) e radicado em João Pessoa (PB), o ator se emociona ao falar sobre a repercussão intensa do público, que não se limitou à região Nordeste. "Recebi muitas mensagens de pessoas revoltadas com a crueldade do personagem. Algumas diziam: 'isso ainda acontece hoje'. E é verdade. Zé do Bispo faz a gente olhar para as estruturas que sustentam a violência, o patriarcado, o ódio como herança cultural".
Para construir seu personagem, Geyson se baseou em obras como 'Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço', da escritora Adriana Negreiros, e 'Zé Baiano', de Robério dos Santos. A pesquisa foi intensa e conduzida ao lado de Jair Luiz de Oliveira, colaborador no processo de criação.
Questionado sobre a frequente classificação de produções nordestinas como "regionais", mesmo quando tocam temas universais, o ator é direto: "Isso começa na raiz. O que me dói é ver como o nordestino ainda é visto a partir de papéis repetidos. Somos muito mais. E nossas histórias também são o Brasil".
Para Geyson, séries como 'Maria e o Cangaço' e 'Cangaço Novo' não se limitam à representatividade. "Elas são revolução. Expõem a alma humana, o que escondemos e o que revelamos. São espelhos de um país que ainda precisa se enxergar por inteiro".
Segundo o UOL, a atuação de Geyson tem sido um dos pontos altos da produção estrelada por Isis Valverde, trazendo à tona a versatilidade dos talentos nordestinos. "É um reconhecimento da qualidade do nosso trabalho. Não se trata apenas de sotaque ou cenário, mas de profundidade humana".
Enquanto o país assiste, com fascínio e incômodo, à jornada de Zé do Bispo, o artista reafirma seu compromisso com uma arte que confronta, liberta e transforma. "Toda dor tem uma história. Todo povo tem um ado que merece ser contado — e ouvido".