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Notícias / Segunda Guerra Mundial

Fábrica onde Oskar Schindler salvou 1.200 judeus é inaugurada como museu

Localizada na República Tcheca, fábrica em que Oskar Schindler empregou e protegeu judeus agora é museu dedicado à história do local

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 15/05/2025, às 12h27

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Fábrica em que Oskar Schindler protegeu judeus na República Tcheca - Divulgação/Arks Foundation
Fábrica em que Oskar Schindler protegeu judeus na República Tcheca - Divulgação/Arks Foundation

Em meio aos horrores da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto, um industrial alemão chamado Oskar Schindler conseguiu se destacar como um herói. Isso porque, nos últimos anos do conflito, ele conseguiu empregar e proteger 1.200 judeus em uma antiga fábrica têxtil — que, na última semana, foi inaugurada como um museu dedicado às histórias e memórias dos sobreviventes do Holocausto.

Localizado na cidade de Brněnec, na República Tcheca, a quase 160 quilômetros de Praga, o Museu dos Sobreviventes inaugurou no último sábado, 10 de maio, logo após o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, que ocorreu em 8 de maio de 1945.

Conforme repercute a revista Smithsonian, quase um século antes de a fábrica ar para a posse de Schindler, ela era uma fábrica têxtil pertencente aos Löw-Beers, uma família judia da região. Porém, quando os nazistas invadiram a Tchecoslováquia em 1938, eles precisaram fugir, e os alemães tomaram a fábrica, transformando-a em uma fábrica de munições e, posteriormente, em uma filial do campo de concentração de Gross-Rosen.

Durante grande parte da guerra, Oskar Schindler esteve istrando uma fábrica de esmalte em Cracóvia, na Polônia, e lá empregava judeus poloneses que viviam no Gueto de Cracóvia, que mais tarde foram presos no campo de concentração de Cracóvia-Plaszóvia.

Porém, quando o Exército Vermelho Soviético derrubou a Frente Oriental nazista em 1944, graças à influência que tinha por ser membro do Partido Nazista e agente do serviço de inteligência militar alemão, Schindler conseguiu transferir suas operações — junto de uma lista com mais de 1.000 prisioneiros judeus que empregava — para Brněnec, conseguindo assim salvar centenas de pessoas do genocídio em Auschwitz-Birkenau.

Oskar Schindler / Crédito: Getty Images

Após Brněnec ser liberta pelos soviéticos, os sobreviventes presentearam Oskar Schindler com um anel feito do ouro derretido de seus dentes, com uma inscrição do Talmude, livro sagrado dos judeus: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro".

Além disso, Schindler ficou eternizado na história com suas ações, que lhe renderam a medalha Justos entre as Nações, do Yad Vashem — memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto —, além de ter baseado o romance histórico 'A Arca de Schindler', de Thomas Keneally, que posteriormente inspirou o filme 'A Lista de Schindler', de Steven Spielberg, que venceu o Oscar de Melhor Filme em 1994.

Preservando a história

Neto do último proprietário judeu da fábrica, Daniel Löw-Beer criou, em 2019, a Arks Foundation, e ou a liderar o esforço para adquirir o prédio — que estava abandonado — para transformá-lo em um local de memória. Agora, em 2025, o museu foi finalmente inaugurado.

"Tivemos que fugir para salvar nossas vidas, perdemos um pouco da nossa história, então devolver um pouco da história a um lugar e, esperançosamente, trazer à tona também a história de Oskar Schindler e da vila é o que estamos fazendo hoje", disse Daniel Löw-Beer à Associated Press.

Fotografia tirada durante evento de inauguração do Museu dos Sobreviventes, na antiga fábrica de Oskar Schindler / Crédito: Divulgação/Arks Foundation

No fim de semana de abertura, centenas de convidados foram recebidos no local, incluindo descendentes de judeus que Schindler é creditado por salvar. "Este é um lugar para educação, para aprender sobre nossos pais e como eles viveram", afirmou Hadassa Bau, filha do sobrevivente Joseph Bau, à TVP World.

Quem também esteve presente na cerimônia de inauguração foi Margaret Keneally, filha de Thomas Keneally, que entregou três documentos para incluir na coleção do museu, em nome de seu pai: transcrições originais de entrevistas de seu pai com sobreviventes, documentos relacionados ao julgamento e execução de Amon Göth, comandante de Cracóvia-Plaszóvia, e partes do manuscrito original digitado à mão de 'A Arca de Schindler'.

Parte da história que ele contou estará aqui, e este lugar é uma parte importante para continuar contando essa história", disse Margaret Keneally à Radio Prague International.

Porém, apesar da cerimônia, o museu ainda está em obras e não tem horário regular de visitação. Ainda aguardam reformas locais importantes, como o escritório de Schindler, o quartel em que as tropas da SS se estabeleceram, e o prédio da "Arca de Schindler", onde os prisioneiros judeus viviam e trabalhavam.

"É um lugar universal de sobreviventes", disse Löw-Beer, por fim, à Associated Press. "Queremos que essas histórias sejam contadas e que as pessoas formem suas próprias opiniões".