Hoje com 77 anos, Patricia Krenwinkel, que foi presa após os ataques da Família Manson de 1969, e agora foi recomendada para liberdade condicional
Publicado em 31/05/2025, às 10h32
Um prisional recente da Califórnia recomendou que Patricia Krenwinkel, uma conhecida figura da Família Manson que cumpre pena perpétua por seu papel na onda de assassinatos que assolou Los Angeles em 1969, pelos seguidores do líder de culto Charles Manson, consiga liberdade condicional.
Hoje com 77 anos, Krenwinkel é a detenta com mais tempo de prisão em toda a Califórnia. E segundo o Conselho Estadual de Audiências de Liberdade Condicional, ela apresenta pouco risco de reincidência, devido não só à sua idade, mas também ao seu histórico de comportamento impecável durante o cárcere.
Conforme repercute o The Guardian, o Departamento Estadual de Correções e Reabilitação confirmou a decisão de adequação à liberdade condicional, que ocorreu na 16ª audiência de liberdade condicional de Krenwinkel. Porém, ainda faltam detalhes sobre a decisão.
Porém, pode-se afirmar que a decisão recente equivale a uma proposta sujeita à revisão pelo Conselho Estadual de Audiências de Liberdade Condicional e pelo governador da Califórnia por até 150 dias, antes de tornar-se definitiva. Mesmo se o conselho pleno confirmar a decisão, o governador, Gavin Newsom, ainda poderá rejeitá-la ou devolvê-la para uma análise mais aprofundada.
Vale mencionar que uma recomendação do do conselho de liberdade condicional para libertar Krenwinkel já ocorreu antes, em 2022, mas foi revogada por Newsom em agosto daquele ano. Na audiência recente, a mulher, que está mantida na Instituição para Mulheres da Califórnia, compareceu com seu advogado, mas não se dirigiu aos comissários. Além disso, familiares de vítimas se manifestaram contra sua libertação.
Segundo o The Guardian, Krenwinkel foi condenada e está presa por sete acusações de homicídio de primeiro grau, tendo participado de um massacre sangrento de duas noites em agosto de 1969. Entre as vítimas, está a atriz Sharon Tate, que tinha 26 anos na época, estava grávida de oito meses e era esposa do cineasta Roman Polanski.
Na ocasião, Tate foi morta com outros quatro amigos — incluindo a herdeira do café Abigail Folger e o cabeleireiro Jay Sebring — na casa alugada em que ela e o marido viviam na encosta de uma colina, na região de Benedict Canyon, em Los Angeles. Na noite do ataque, Polanski estava a trabalho na Europa.
Na noite seguinte, também foram esfaqueados até a morte o dono da mercearia Leno LaBianca e sua esposa, Rosemary, em sua casa. No local, foram encontradas as palavras "Morte aos Porcos" e "Healter Skelter" — uma referência incorreta à música "Helter Skelter", dos Beatles — rabiscadas no sangue das vítimas.
Vale destacar que Charles Manson não esteve pessoalmente em nenhum dos crimes, mas ainda assim foi considerado culpado por ordenar os assassinatos, em um plano delirante para dar início a uma guerra racial.
Ele e vários membros da chamada "Família Manson" foram presos — como Leslie Van Houten, que conseguiu liberdade condicional em 2023 — e condenados à prisão perpétua. Porém, tal pena foi abolida no estado em 1971 pela Suprema Corte da Califórnia, e por isso outros membros da seita já se envolveram em julgamentos de soltura anteriormente. Charles Manson, porém, morreu na prisão em 2017, aos 83 anos.
