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Notícias / Arqueologia

Pesquisadores recriam pigmento azul egípcio de 5.000 anos

Utilizando técnicas antigas, pesquisadores recriaram pigmento ezul egípcio, o pigmento sintético mais antigo conhecido no mundo

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 03/06/2025, às 13h00

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Antigos artefatos egípcios pintados com pigmento azul - Getty Images
Antigos artefatos egípcios pintados com pigmento azul - Getty Images

Recentemente, pesquisadores da Universidade Estadual de Washington (WSU), em um trabalho colaborativo com o Museu Carnegie de História Natural e o Instituto de Conservação do Museu Smithsonian, recriaram o antigo pigmento azul egípcio. Este, vale mencionar, é considerado o pigmento sintético mais antigo conhecido no mundo.

O estudo em que o processo foi descrito, publicado no NPJ Heritage Science, detalha como a equipe desenvolveu 12 receitas autênticas de azul egípcio. Esse pigmento, utilizado pela primeira vez em torno de 3.100 a.C., substituindo minerais caros como o lápis-lazuli e turquesa, adornava desde estátuas e caixões, até murais e cartonagens no Egito Antigo — até que seu uso declinou milênios depois, na era romana, antes de cair em esquecimento durante o Renascimento.

Antigo amuleto de escaravelho egípcio pintado de azul / Crédito: Getty Images

Recriando o pigmento

Conforme repercute o Archaeology News, para recriar o pigmento azul, os pesquisadores testaram combinações de dióxido de silício, cobre, cálcio e carbonato de sódio — ingredientes que estudos sugerem estarem íveis aos antigos artesãos egípcios.

As misturas foram aquecidas a até 1.000 °C, seguindo a capacidade dos fornos antigos, e por períodos que variavam de uma a onze horas. Após isso, o resfriamento também era feito em lotes e velocidades diferentes, visto que o resfriamento mais lento produzia tons de azul mais vibrantes.

Conforme descreve o estudo, a descoberta mais surpreendente que os pesquisadores fizeram foi que, para obter o azul desejado, não era necessário apenas um pigmento composto de cuprorivaíta (pigmento cristalizo que produz a cor característica). Em vez disso, bastava que apenas cerca de 50% dos componentes da mistura fossem da cor azul.

Através de técnicas avançadas de microscopia e espectrometria, foi descoberto também que a microestrutura do pigmento é altamente complexa, com fases intercaladas de cuprorivaíta, vidro de sílica, wollastonita e, às vezes, óxido de cobre dentro de cada grão. Com isso, determina-se que o azul egípcio não se trata de uma substância uniforme, mas sim de um material composto e heterogêneo, o que contribui para sua variabilidade de cor, de acordo com as condições de processamento e método de aplicação.

Por fim, o estudo também fornece novos dados sobre como as taxas de resfriamento influenciam na cor final. Conforme descrevem os pesquisadores em comunicado, amostras resfriadas lentamente — que podem ter sido enterradas em areia ou cinzas para continuarem aquecidas — possuem até 70% mais cuprorivaíta que outras amostras resfriadas rapidamente no ar, resultando em cores mais profundas e vibrantes.

Por fim, vale destacar que, além da importância histórica, o azul egípcio também tornou-se objeto de interesse científico recentemente, devido às suas aplicações modernas únicas. Por exemplo, quando exposto à luz visível, ele pode emitir radiação infravermelha, que, embora seja imperceptível a olho nu, pode ser útil em práticas de segurança, imagens biomédicas e telecomunicações. Além disso, sua estrutura cristalina também é bastante semelhante à de supercondutores de alta temperatura.

Dessa forma, agora o projeto, que começou como uma forma de reproduzir amostras para exposições em museus, evoluiu para uma exploração detalhada de como era a tecnologia antiga, que pode ter relevância até hoje. As amostras recriadas estão em exposição no Museu Carnegie de História Natural, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, em uma nova exposição sobre o Egito Antigo.