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80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, confira os nomes e rostos de 16 moradores das Ilhas do Canal que morreram em campos de concentração
Durante décadas, suas histórias ficaram obscurecidas pelo tempo. Agora, 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, os nomes e rostos de 16 moradores das Ilhas do Canal — território britânico ocupado pelos nazistas —, que morreram em campos de concentração alemães, são revelados pela primeira vez.
Entre as vítimas está Henry Le Goupillot, um jovem aprendiz de impressor de 22 anos, que faleceu em 1º de junho de 1945 — poucas semanas após a rendição da Alemanha nazista. No total, 38 moradores das Ilhas do Canal perderam a vida nos campos: 16 de Guernsey, Alderney e Sark, além de outros 22 de Jersey (21 deles britânicos).
Esses nomes fazem parte de um acervo recém-digitalizado pelo site de genealogia Findmypast, que disponibilizou mais de 1,7 milhão de registros inéditos relacionados à ocupação nazista do arquipélago. A iniciativa também revelou fotografias da maioria das vítimas.
Entre os mortos, estavam dois bebês, um menino de apenas três anos e idosos de até 68 anos. A vítima mais jovem tinha apenas quatro meses. As histórias, muitas vezes trágicas e desconhecidas, agora ganham luz.
O pequeno Rex Wearing, de três anos, faleceu em 2 de janeiro de 1945 no campo de Biberach. Era o único filho de Rose Emmeline Clements e Reuben Wearing, que haviam se mudado de Londres para as Ilhas do Canal a trabalho.
Brian Skipton, com apenas quatro meses, morreu em 27 de junho de 1942. Filho de Francis Skipton — nascido em Bradford e veterano do Exército britânico — e da iorquense Phyllis Grey, Brian foi deportado junto da família.
Outro bebê, Cecil Norman, de oito meses, também não sobreviveu, embora pouco se saiba sobre sua vida e as circunstâncias de sua morte.
A lista também inclui adultos como Ruth Catherine Cockayne, que morreu aos 48 anos, deportada com seu marido Frederick; e Florence Montague Marr, que sofreu um derrame fatal na véspera do Natal de 1944.
Seu marido, Sidney, também foi deportado, mas sobreviveu e reencontrou o amor com Violet Burge, amiga de Florence e também internada em Biberach.
O professor Ernest Boon, de 68 anos, foi outra vítima. Ex-membro do Corpo de Educação do Exército na Índia, ele havia se estabelecido em Guernsey antes da ocupação nazista.
A deportação de civis das Ilhas do Canal começou em setembro de 1942, como represália à captura de alemães expatriados no Irã por forças britânicas. Os nazistas escolheram moradores entre 16 e 70 anos que não haviam nascido nas ilhas ou cujas residências permanentes não eram no local.
Outra leva de deportações ocorreu em fevereiro de 1943, após o ataque britânico à ilha de Sark, na chamada Operação Basalto, segundo o Daily Mail.
Ao todo, cerca de 2.300 ilhéus foram enviados a campos. Quando a guerra terminou, em maio de 1945, cerca de 2.000 deles estavam presos em Biberach, de onde foram resgatados e levados de avião de volta à Inglaterra no dia 29 daquele mês.
A digitalização também trouxe à tona mais de 800 páginas de "Ordens de Ocupação" emitidas pelos alemães, revelando o rigor das medidas impostas à população. Era proibido tocar o Hino Nacional sem autorização, os relógios precisavam seguir o horário alemão, o entretenimento público foi suspenso e todas as armas foram confiscadas.
Um toque de recolher às 23h foi imposto, e até um censo de pombos foi realizado para evitar comunicações clandestinas. A pena de morte era prevista para quem ajudasse prisioneiros fugitivos. Bens judaicos foram confiscados oficialmente em janeiro de 1943.
Mary McKee, gerente de arquivos do Reino Unido na Findmypast, destacou ao Daily Mail a importância do projeto:
Esta coleção rica e variada nos permite descobrir detalhes até então desconhecidos sobre a vida sob ocupação, revelando histórias de resiliência, dificuldades e comunidade.”
Steve Foote, CEO da Biblioteca Priaulx e líder da digitalização, reforçou: "A ocupação das Ilhas do Canal é um capítulo da história que merece mais reconhecimento. Esta coleção digital desempenhará um papel essencial na preservação dessas memórias".
Os registros estão disponíveis para consulta em: www.findmypast.co.uk