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Pesquisadores da Universidade de Bonn revelam que perda de água subterrânea e superficial tem causado elevação do solo de até 2 milímetros por ano
A África do Sul está experimentando um fenômeno geológico silencioso, mas surpreendente. Enquanto o país enfrenta um clima cada vez mais quente e seco, o solo sul-africano está literalmente se elevando — e a causa, segundo um novo estudo publicado no periódico Journal of Geophysical Research: Solid Earth, está diretamente ligada às mudanças climáticas.
Pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, identificaram que o solo em diferentes regiões da África do Sul está subindo a uma taxa de até dois milímetros por ano. Embora os cientistas já soubessem da elevação gradual do terreno, ela era tradicionalmente atribuída ao chamado "hotspot de Quathlamba", uma protuberância geológica profunda associada ao fluxo do manto terrestre. No entanto, a nova pesquisa aponta que a causa pode ser mais superficial.
A equipe baseou sua análise em dados de uma rede nacional de estações GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite), que além de auxiliar em estudos atmosféricos, fornece medições extremamente precisas de altitude em várias partes do país. Cruzando essas informações com registros de precipitação, dados hidrológicos e observações de satélite, os cientistas identificaram um padrão claro: nas regiões mais atingidas por secas severas nos últimos anos, a elevação do solo foi mais acentuada.
O fenômeno pode ser explicado pela perda de massa hídrica — tanto subterrânea quanto superficial. De maneira simplificada, quando grandes volumes de água são extraídos ou evaporam por causa da seca, o solo deixa de estar "comprimido" por esse peso. Isso permite que ele se expanda para cima, um processo semelhante ao que ocorre quando geleiras derretem e a crosta terrestre sob elas sobe lentamente, conhecido como "rebound isostático".
Um exemplo emblemático citado pelo estudo foi a Cidade do Cabo, que ou por uma crise hídrica histórica entre 2015 e 2019, chegando ao chamado "dia zero" — quando o abastecimento de água chegou à beira do colapso. Durante esse período, os pesquisadores registraram uma elevação considerável do solo na região.
Segundo o 'Metrópoles', a pesquisa foi complementada com dados da missão GRACE, da NASA e do Centro Aeroespacial Alemão, que mede variações na gravidade terrestre provocadas por mudanças na distribuição da massa de água. As medições confirmaram que as regiões com maior perda de água foram as que mais se elevaram.
Para os cientistas, essa descoberta não apenas ajuda a entender melhor os efeitos das mudanças climáticas no ambiente físico, como também pode abrir caminho para novas estratégias de monitoramento de recursos hídricos. Em áreas agrícolas ou de uso intenso de água, por exemplo, a elevação do solo pode funcionar como um sinal precoce de escassez hídrica.
Segundo os autores, o uso combinado de redes GNSS, dados de satélite e modelos hidrológicos de alta resolução pode ser aplicado em outras regiões do mundo para aprimorar o gerenciamento de água e antecipar riscos associados à seca extrema.