Saiba o que aconteceu com Molly Martens, a mulher condenada pelo assassinato do empresário irlandês Jason Corbett, em agosto de 2015
Um assassinato em uma residência aparentemente tranquila no interior da Carolina do Norte tornou-se o centro de um caso judicial polêmico, marcado por reviravoltas e que repercutiu dos Estados Unidos à Irlanda.
"Casamento Letal nos EUA", novo documentário da Netflix, revisita o caso de Molly Martens e seu pai, Tom Martens, condenados pela morte brutal do empresário irlandês Jason Corbett — marido de Molly — em 2015.
Jason conheceu a americana anos antes, quando a contratou como au pair para cuidar de seus filhos, Jack e Sarah, após a morte de sua primeira esposa. Segundo o portal Today, a relação entre patrão e funcionária evoluiu rapidamente para um romance e os dois se mudaram, em 2011, para os Estados Unidos, onde Molly ficaria próxima da família. Logo veio o casamento.
O relacionamento, no entanto, não foi nenhum conto de fadas e, na madrugada de 2 de agosto de 2015, o homem foi encontrado morto em sua casa no condado de Davidson, Carolina do Norte.
A autópsia apontou traumatismo craniano severo e múltiplas fraturas no crânio, causadas por golpes com um taco de beisebol e um tijolo de pavimentação, armas usadas por Tom e Molly Martens naquela noite.
Segundo o depoimento de Tom Martens, ele entrou no quarto do casal e encontrou Jason sufocando Molly. Na tentativa de salvá-la, teria atacado o genro com um taco de beisebol.
A mulher, por sua vez, afirmou ter golpeado o marido com o tijolo para se defender. A narrativa apresentada por pai e filha se baseava em legítima defesa e ambos alegavam que Corbett era abusivo, emocional e fisicamente.
No entanto, a família de Jason Corbett, especialmente seus irmãos e parentes na Irlanda, jamais aceitaram essa versão. Eles alegavam que Molly e seu pai agiram de maneira premeditada e que o assassinato foi resultado de um plano para manter as crianças nos EUA, evitando que voltassem à Irlanda com os parentes biológicos do pai.
Em 2017, Molly e Tom foram condenados por assassinato em segundo grau e sentenciados a penas de 20 a 25 anos de prisão. Mas o caso teve um novo capítulo em 2021, quando a defesa conseguiu o direito a um novo julgamento.
O Tribunal de Apelações da Carolina do Norte reconheceu que declarações feitas por Jack e SarahCorbett em 2015 — nas quais diziam ter visto o pai agredir a madrasta — deveriam ter sido incluídas no julgamento original.
Essas declarações, no entanto, foram posteriormente desmentidas pelos próprios filhos da vítima. Jack afirmou em uma chamada de vídeo com o Ministério Público em 2017 que Molly os havia treinado para mentir, ameaçando que, se não colaborassem, nunca mais a veriam.
Ambos, agora adultos, reiteraram no documentário da Netflix que seu pai era a verdadeira vítima e que foram manipulados por Molly durante um momento vulnerável.
Antes que o novo julgamento acontecesse, os Martens fecharam acordos judiciais: Molly não contestou uma acusação rebaixada de homicídio culposo, e Tom declarou-se culpado da mesma acusação. Ambos receberam crédito pelo tempo já cumprido e foram libertados da prisão em 6 de junho de 2024.
Desde então, Molly Martens vive em liberdade condicional no Tennessee. Sua supervisão pós-libertação, prestes a expirar, termina em 6 de junho de 2025. Segundo os termos da liberdade condicional, ela e o pai não podem morar juntos, mas podem se visitar, e devem notificar as autoridades caso decidam viajar.
De acordo com o Today, em entrevista recente, Connor Martens, irmão de Molly, afirmou que Tom tem aproveitado a vida ao lado da esposa e dos netos. Já a irmã, segundo ele, tem enfrentado mais dificuldades.
"Ela está no meio de sua vida e não está aposentada, e tem havido muito mais escrutínio e assédio da mídia e ela luta um pouco mais com o trauma", disse. Ainda assim, revelou que Molly está se formando na faculdade e tenta reconstruir sua vida.
