Nova série da Netflix, Vinagre de Maçã se inspira na história real de uma influencer que enganou o mundo com uma falsa doença
Publicado em 06/02/2025, às 15h00 - Atualizado em 08/02/2025, às 16h17
A Netflix estreou recentemente sua nova série dramática baseada em fatos, "Vinagre de Maçã", que se inspira na história real de Belle Gibson, uma influenciadora australiana que enganou internautas.
Ela alegava ter curado seu câncer por meio de uma dieta saudável, entretanto, Belle nunca foi diagnosticada com a doença. Além de um aplicativo, ela também vendia um livro com dicas valiosas. No entanto, tudo era uma grande mentira.
"Fama e ficção se misturam quando duas mulheres da indústria do bem-estar alcançam o sucesso contando como sobreviveram ao câncer. Inspirada em uma história real", explica a sinopse.
A série, composta por seis episódios, apresenta Kaitlyn Dever no papel principal de Belle Gibson.
Na narrativa, Belle se torna obcecada por Milla Blake, uma influenciadora de bem-estar que realmente luta contra o câncer e ganhou notoriedade por suas abordagens alternativas no tratamento da enfermidade.
Assim, quem assiste aos episódios pode questionar: Milla Blake é baseada em uma pessoa real?
No enredo da série da Netflix, Milla Blake é retratada como uma jovem que trabalha na revista Girlfriend, realizando seu sonho profissional, quando começa a notar nódulos em seu braço, diagnosticados como um raro sarcoma de tecido mole.
Seus médicos recomendam uma amputação para impedir a disseminação do câncer, no entanto, após realizar pesquisas, Milla opta por adotar uma abordagem mais holística para enfrentar a doença.
Apesar da forte oposição de seus médicos e de seu pai, Milla decide seguir tomar suas próprias decisões. Com o apoio de sua mãe e de um novo namorado, ela inicia um tratamento natural denominado "Teoria Hirsch", que envolve a realização diária de enemas de café e uma dieta à base de plantas.
Ela começa a documentar sua jornada em um blog e rapidamente acumula uma base global de seguidores, eventualmente publicando um livro sobre sua experiência.
A obsessão de Belle por Milla cresce à medida que ela busca o mesmo amor e iração que vê sendo direcionados à influenciadora.
Embora Milla Blake não seja uma pessoa real, sua saga é semelhante à da verdadeira Jessica Ainscough, explica a revista Cosmopolitan.
Mas, vale lembrar que a série alterou os nomes de muitos personagens. No primeiro episódio, a protagonista da produção também explica que a golpista não recebeu valores pela série.
"Esta é uma história verdadeira baseada em uma mentira. Alguns nomes foram alterados para proteger os inocentes. Belle Gibson não recebeu remuneração pela recriação de sua história", disse ela.
Durante entrevista à Vulture, Samantha Strauss, criadora da produção, revelou que buscou inspiração em diferentes histórias para criar a personagem.
"Milla é uma amálgama de algumas influenciadoras de bem-estar, mas também alguém que foi criada na sala dos roteiristas. Eu queria que essa fosse uma história sobre mulheres jovens e que tinham todo o amor do mundo que Belle sentia que não tinha, mas que também eram tão duras consigo mesma", afirmou Strauss.
Ela reconhece a semelhança com a saga de Ainscough, entretanto, explica que se inspirou em outras influencers.
"É parecida, mas há outras influenciadoras de bem-estar que nos inspiraram. Deixamos espaço para realmente criar essa personagem em conjunto com Alycia Debnam-Carey, que a interpreta", destacou ela.
Jessica era editora online da revista Dolly e foi diagnosticada com um sarcoma epitelióide. Os médicos sugeriram a amputação de seu braço; entretanto, ela, inicialmente, tentou a quimioterapia.
Quando essa abordagem não teve sucesso, Jessica decidiu tratar seu câncer com uma terapia não comprovada conhecida como "terapia Gerson", que envolve enemas diários de café, dieta vegetariana e suplementos alimentares, informa a revista Cosmopolitan.
Ela abandonou seu trabalho no jornalismo e começou a compartilhar suas experiências com a terapia Gerson online, conquistando um público significativo.
A mãe de Jessica, Sharyn, também foi diagnosticada com câncer de mama e decidiu seguir o mesmo plano de tratamento da filha com a terapia Gerson. Infelizmente, Sharyn faleceu em 2013 e Jessica morreu dois anos depois, aos 30 anos.
