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A criação de Israel foi mais do que um ato de justiça histórica para os judeus

O Holocausto não deve ser usado como desculpa para perpetuar o ódio, mas como lembrete trágico da necessidade contínua de tolerância, compreensão e coexistência

*Hana Nusbaum Publicado em 25/10/2023, às 16h25 - Atualizado às 16h29

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Judeus em Auschwitz-Birkenau, na Alemanha - United States Holocaust Memorial Museum
Judeus em Auschwitz-Birkenau, na Alemanha - United States Holocaust Memorial Museum

O Holocausto permanece como uma das páginas mais sombrias da história humana, uma época em que seis milhões de judeus foram brutalmente e sistematicamente perseguidos e mortos. A relação entre o Holocausto, o estabelecimento do Estado de Israel e a situação dos palestinos é complexa e multifacetada, não podendo ser reduzida a uma simples comparação.

O início do século XX foi marcado pela crescente restrição à imigração judaica ao território controlado pelo mandato britânico na Palestina, e a Revolução Bolchevique após a Primeira Guerra Mundial.

Decisão política complexa

Estes dois fatores resultaram na criação de uma armadilha da qual os judeus não podiam escapar, culminando no Holocausto. O período não foi apenas resultado do antissemitismo de Hitler; foi também uma decisão política complexa.

Antes de 1941, o plano nazista era empurrar os judeus para fora do território alemão e, ao mesmo tempo, promover o antissemitismo em outros países europeus devido ao fluxo de refugiados.

Ao mesmo tempo, os líderes britânicos e americanos, temendo que qualquer acordo ou aceitação de refugiados pudesse obscurecer os objetivos claros de guerra, optaram por não aceitar as ofertas dos nazistas para salvar vidas de judeus e recebê-los em seus territórios.

Os Aliados tomaram uma decisão política consciente de separar a questão judaica dos objetivos de guerra, o que não foi motivado por falta de compaixão, mas sim por uma necessidade de manter o consenso público de que lutavam contra os nazistas por um bem maior. Enquanto isso, a máquina de propaganda de Hitler retratava seus oponentes como combatendo uma "guerra judaica", uma visão que alguns aceitaram.

ada a tragédia do Holocausto, os judeus sobreviventes encontraram-se em uma situação política precária após a Segunda Guerra Mundial. Sem uma nação para chamar de lar, eles eram peças na luta entre nações, forçados a depender dos outros para agir em seu nome.

A partilha da região

No entanto, em 14 de maio de 1948, quando a Grã-Bretanha formalmente encerrou seu mandato, os sionistas declararam o Estado de Israel, conforme previsto pela Resolução 181, da Assembleia Geral da ONU. O documento previa a partilha da região da Palestina para a formação de dois Estados: um judeu e outro árabe.

A criação de Israel foi mais do que um ato de justiça histórica para os judeus; foi mais do que o retorno de um povo à sua terra nativa: se caracteriza também como uma resposta à perseguição histórica e uma reafirmação da sua identidade. Este movimento não deve ser visto como uma forma de vingança pelo Holocausto, mas como uma tentativa de recuperar a dignidade e a independência.

Hoje, meio século depois, Israel continua a enfrentar desafios significativos em uma região conturbada. Todavia, a visão de Israel como uma nação aprisionada não reflete a realidade atual. Israel tem a capacidade de fazer concessões e buscar a paz com seus vizinhos. A lição a ser aprendida é que, apesar do sofrimento ado, a humanidade deve se esforçar para compreender a complexidade da história, buscando a paz e a reconciliação em vez de perpetuar um ciclo de conflito interminável.

O Holocausto não deve ser usado como uma desculpa para perpetuar o ódio, mas como um lembrete trágico da necessidade contínua de tolerância, compreensão e coexistência. Somente através do entendimento mútuo podemos construir um futuro mais pacífico e inclusivo para todos.


*Hana Nusbaum é graduada em geografia pela Universidade de São Paulo e coordenadora do Centro de Educação e Memória do Holocausto da  StandWithUs Brasil, instituição que trabalha para lembrar e conscientizar sobre o antissemitismo e o Holocausto, de maneira a usar suas lições para gerar reflexões sobre questões atuais.